Trabalho de Restauração Têxtil
Acervo do Museu da República – Rio de Janeiro
Peça: Bandeira Histórica do Acre

Técnicas
Jussara Faria Cestari
Márcia Esteves Cerqueira
Resumo Histórico
O Acre foi o único estado que lutou para ser brasileiro. Seu território pertencia à Bolívia e sua localização na Amazônia Ocidental. Terras de mata densa e rica em seringueiras, o que propiciou imigração brasileira em 1852. O aumento dos colonos alertou o governo boliviano sobre a ocupação de seu território que, tão logo, organizou missão militar para expulsar os brasileiros. Houve três tentativas. Duas delas os colonos conseguiram expulsar os bolivianos sem ajuda do governo brasileiro. A revolução acreana chega ao ápice quando Luís Gálvez Rodrigues de Arias descobre um acordo firmado entre os governos boliviano e americano de ocupação inclusive militar deste território. Os brasileiros lutaram bravamente e teve como herói o gaúcho Plácio de Castro, desta vez o governo brasileiro apoia os acreanos envia tropas militares e ordena a ocupação do território. Em 17 de novembro de 1903 à Bolívia assina um tratado com o Brasil de arrendamento do Acre. O governo brasileiro paga a importância de 2 milhões de libras esterlinas.

Bandeira do Acre
Bandeira da Revolução Acreana foi adotada oficialmente pelo primeiro governador da região Epaminondas Jacome. Composta por dois triângulos nas cores amarela e verde. Carrega no triângulo amarelo a estrela solitária em vermelho que representa o sangue dos brasileiros acreanos que lutaram pela anexação do Acre ao território Nacional.
Em comemoração do centenário da Revolução Acreana, o Museu da República com apoio do governo do Acre patrocina o restauro da bandeira histórica da revolução

Descrição da Peça
Bandeira composta por dois triângulos retângulo, um na cor verde e outro na cor amarela unidos pela hipotenusa. Os tecidos são de algodão de tramas em diagonal e aplicação de uma estrela vermelha com trama formando motivos florais no triângulo inferior (amarelo).

Estado de Conservação
O tecido verde foi pintado com uma tonalidade mais escura.
(esta tonalidade pode ser a causa da oxidação de tinta e do tecido). Apresenta rasgos de 37 cm e 10 cm e parte soltas. Fibras ressequidas, amassadas, manchas brancas de fungo.

Restauração
O tecido verde pintado sofreu maior ação do tempo, como: deformação dos fios da tecelagem, ressequidos, produzindo em toda área uma espécie de “craquelé” causado rasgos e perda de tinta. Qualquer tipo de tratamento que exerça pressão ou tencione o tecido para planificá-lo poderá causar rompimento das fibras e formar rasgos. Razão pela qual optamos em restaurar separadamente cada parte com processos diferenciados.







Obs:
Foram feitos retoques nas áreas de perdas de tecido pintado, com tinta removível com água da marca Plakkaatverf Gouache.
Foram feitas aplicações de adesivo nos rompimentos com espátula térmica – BEVA, removível a calor.

Restauração
O tecido amarelo com manchas de sangue, porém como não foi feito nenhum teste laboratorial, não há como confirmar tal suspeita. Qualquer processo de limpeza para remoção total das manchas, poderia desgastar as fibras, provocando descoramento e, até mesmo,rompimento do tecido, devido a sua fragilidade. Optamos em remover as manchas com bisturi e limpeza aquosa na mesa de sucção.







Conclusão do processo de restauração

Trabalho realizado em 3 meses
Hino Acreano
Letra: Francisco Mangabeira
Música: Mozart Donizetti

Que este sol a brilhar soberano
Sobre as matas que o vêem com amor
Encha o peito de cada acreano
De nobreza, constância e valor...
Invencíveis e grandes na guerra,
Imitemos o exemplo sem par
Do amplo rio que briga com a terra
Vence-a e entra brigando com o mar
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis
Triunfantes da luta voltando
Temos n'alma os encantos do céu
E na fronte serena, radiante,
Imortal e sagrado troféu
O Brasil a exultar acompanha
Nossos passos portanto é subir
Que da glória a divina montanha
Tem no cimo o arrebol do porvir
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis
Possuímos um bem conquistado
Nobremente com armas na mão
Se o afrontarem, de cada soldado
Surgirá de repente um leão
Liberdade é o querido tesouro
Que depois do lutar nos seduz
Tal o rio que rola, o sol de ouro
Lança um manto sublime de luz
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis
Vamos ter como prêmio da guerra
Um consolo que as penas desfaz
Vendo as flores do amor sobre a terra
E no céu o arco-íris da paz
As esposas e mães carinhosas
A esperarem nos lares fiéis
Atapetam a porta de rosas
E cantando entretecem lauréis
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis
Mas se audaz estrangeiro algum dia
Nossos brios de novo ofender
Lutaremos com a mesma energia
Sem recuar, sem cair, sem temer
E ergueremos, então, destas zonas
Um tal canto vibrante e viril
Que será como a voz do Amazonas
Ecoando por todo o Brasil
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis.









































































































































































































































































































































































































































































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